Sentado em sua caverna no meio de um bosque, o monge meditava, imóvel. Tudo era silêncio e quietude. Mas de repente um camundongo, de olhinhos aflitos, tentando atrair-lhe a atenção, pôs-se a roer-lhe a ponta da sandália.
Interrompido na contemplação pelos caprichos de um insignificante rato, o monge impacientou-se:
- Quem pensa que é, para assim perturbar minha contemplação?
- Estou morto de forme – respondeu o rato.
- Fora daqui, animal estúpido. Estou prestes a realizar minha união com Deus! Como ousa perturbar-me nessa hora? – disse o monge, com um gesto hostil.
O rato encolheu-se todo e retrucou:
- Quanta pretensão! Querer a unidade com Deus, quem não consegue ser uno comigo.